Rescaldo #2: Fim de Semana

Os fins de semana de ida a casa são inevitavelmente marcados pela doçura da chegada e pela amargura da partida. 

Confesso que cada vez me custa mais deixar a minha família, a minha casa e a terra onde cresci. É uma dor tão profunda e dilacerante que mal entro no carro para me vir embora, não consigo conter as lágrimas. 

Apesar de gostar imensamente de Lisboa, chego à conclusão que nada do que realmente quero está aqui. Nada do que sonhei, nos tempos de estudante, se concretizou e francamente, com o passar os anos a vida não melhorou, pelo contrário, tem vindo a piorar. Isto já para não falar em qualidade de vida que cada vez é menos.

O problema é que lá, é cada vez mais difícil arranjar trabalho. O interior está lentamente a morrer e não há condições para que "os filhos da terra" voltem depois dos cursos terminados. Quer dizer, haver até há, o problema é que quem não tem um bom "padrinho" não se safa. É o País que temos.

Amarguras à parte, o fim de semana foi bom, como sempre. Muitos mimos aos papis, em especial ao careca que é caloiro nos sixties, e à baixinha também, para não ficar ciumenta :).

Foi um Sábado calmo, passado em casa, que na rua caía uma chuvinha chata e fria! As meninas à volta dos tachos, o pai a ressacar da derrota do Benfica em casa, e honey delirante com a vitória do Porto mas sem poder levantar grandes ondas para não ferir, ainda mais, o orgulho de águia do sogro. 

O Domingo começou bem cedo porque a malta gosta de almoçar a horas. Resolvi  dar descanso à minha mãe e fiz o Arroz de Pato a la Miss Lizzie que foi um sucesso. 

Depois, depois é o que se sabe. Arrumar as tralhas porque se faz tarde e  partir mas já com o regresso no pensamento.