Podia dizer-vos tanta coisa sobre a minha manhã, oh se podia, mas a emoção é tanta, que nem sei por onde iniciar.
Não sei se comece pelo quanto me custou levantar o cu da cama, pois feitas as contas, dormi três horas e pouco e eu sou pior que os miúdos pequenos, fico rabugenta o dia inteiro com direito a birra e tudo.
Não sei se vos diga que mais uma vez fui em vão a Lisboa, pois não obtive aquilo que ia buscar. Entretanto, e já que lá estava, fui mais uma vez ao IEFP e mais uma vez bati com os burros na porta.
A informação que eu preciso já não é dada em modo atendimento presencial ao público. Agora só por telefone. De segunda a sexta. Das 16 às 17 horas, disse muito segura a segurança que nem da porta me deixou passar. E eu digo que está bem e que grande horário, sim senhora!
Não sei se vos diga que à saída do IEFP em Picoas, fui abordada por um jornalista do Público que pediu para me entrevistar e eu aceitei. Tudo correu lindamente até que, para rematar, me perguntou entusiasticamente qual era a sensação de estar desempregada, e os benefícios. Pensei e ponderei dar-lhe várias respostas, inclusivamente, dar-lhe com o iPhone que serviu de gravador na cornadura e perguntar-lhe qual foi a sensação, mas resolvi soltar a minha veia cínica e dizer-lhe que era uma felicidade enorme e que estava a concretizar o sonho da minha vida. Claro que depois dei a resposta certa, ou politicamente correcta, como preferirem e ele lá foi à vida dele e eu à minha.
Não sei se vos diga que cheguei a casa a morrer de calor, cheia de fome e que das tantas coisas que me propus fazer durante a tarde de hoje, não me apetece fazer nenhuma.