terça-feira, 31 de julho de 2012

Útil: O que mudou no código do trabalho.

Já muito se ouviu falar nas alterações ao código do trabalho, nos feriados que vão deixar de existir mas, pelo menos para mim, tudo estava muito confuso até encontrar um texto muito simples aqui, que explica tudo o que vai mudar a partir de amanhã. 
De qualquer das formas, e retirado do site, deixo-vos as 10 alterações do código laboral.


FÉRIAS
A nova legislação elimina a majoração de três dias de férias que era atribuída aos trabalhadores sem registo de faltas no ano anterior. Esta medida apenas terá efeitos práticos nas férias gozadas a partir de 2013 e nessa altura, em vez de 25 dias úteis, os trabalhadores terão direito a gozar 22 dias- Apenas os setores e empresas com instrumentos de contratação coletiva anteriores a 1 de janeiro de 2003 que já previam a atribuição de mais dias, além dos 22, ficam de fora desta medida.

FERIADOS
Depois de várias hesitações (sobre o número e as datas), ficou estabelecido que deixam de ser considerados feriados o Corpo de Deus (móvel), 5 de outubro (implantação da República), 1 de novembro (religioso) e 1 de dezembro (Restauração).

HORAS EXTRAORDINÁRIAS
É uma das medidas que mais contribuirá para baixar os custos laborais das empresas: a partir de agora, o trabalho prestado em regime de horas extraordinárias ou em dia feriado é pago pela metade, sendo que a nova legislação permite às empresas suspender durante dois anos, as disposições de instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho e as cláusulas de contratos de trabalho que disponham sobre acréscimos de pagamento de trabalho suplementar superiores ao agora estabelecidos.
O trabalho prestado em feriados dará assim direito a um acréscimo de 50% da retribuição correspondente ou a descanso compensatório com duração de metade das horas de trabalho prestado, ficando a escolha ao critério do empregador.

FALTAS
O incentivo de assiduidade que era dado pela majoração de dias de férias acaba, mas as faltas vão ser mais penalizadas, principalmente as que era usadas para aproveitar os feriados e prolongar os funs de semana. Nestes casos, a tentação sairá cara ao trabalhador porque as faltas nos das que antecedem ou precedem um feriado ou fim de semana podem implicar a perda de retribuição não apenas desse dia, mas de todo o período – podendo chegar aos quatro dias de salário.

ENCERRAMENTO NAS PONTES
As empresas podem escolher um dia que esteja entre um feriado que ocorra a uma terça ou quinta feira para encerrar e descontar esse dia nas férias do trabalhador. Mas para poderem faze-lo terão de afixar o mapa até ao dia 15 de dezembro do ano anterior. Podem ainda encerrar durante cinco dias úteis consecutivos na época de férias escolares do natal.

BANCO DE HORAS INDIVIDUAL
A reorganização do tempo de trabalho que até agora só podia ser negociada coletivamente desce para o nível individual.
Assim, o empregador pode negociar diretamente com o trabalhador a criação de bancos de horas, tendo de observar dois limites: este não poderá exceder as 150 horas anuais e permite que em alturas de “picos” de atividade o tempo de trabalho passa ser aumentado em duas horas diárias.
A proposta é feita por escrito ao trabalhador e se este não responder no prazo de 14 dias considera-se que aceitou. Assim que 75% dos trabalhadores estiver de acordo, o banco de horas estende-se a todos. O grande objetivo deste instrumentos é permitir às empresas poupar com o pagamento de horas extraordinárias.

COMPENSAÇÕES
O sistema atualmente em vigor prevê duas formas diferentes de contar o tempo de trabalho para o cálculo da compensação devida ao trabalhador em caso de despedimento.
Os contratos celebrados depois de 1 de novembro de 2011 terão direito a uma indemnização equivalente a 20 dias de salário base por cada ano de antiguidade até um máximo de 12 retribuições ou 240 salários mínimos (116.400 euros). Este sistema vai, no entanto sofrer novas alterações estando previsto, para novembro de 2012, a entrada em vigor de uma fórmula que passará a ter em conta um valor equivalente entre oito a 12 de dias por cada ano de contrato.
Nessa altura deverá também avançar o Fundo de Compensação Salarial. Os trabalhadores mais antigos, que contam já com 20 ou 30 anos de casa manterão as regras de cálculo vigentes até ai, mas não acumularão mais anos.

INSPECÇÕES DE TRABALHO
O novo Código aligeira um conjunto de obrigações declarativas das empresas à Autoridade para as Condições de Trabalho. Deixa, assim, de ser obrigatório o envio do mapa de horário de trabalho, bem como o acordo de isenção de horários. O trabalho prestado no domicílio também deixa de ser reportado.

DESPEDIMENTO POR INADAPTAÇÃO
Apesar de a versão que entra em vigor ser mais suave do que a proposta inicial do Governo, o despedimento por inadaptação do trabalhador é, ainda assim, facilitado, uma vez que passa a ser possível mesmo que isso não decorra de uma mudança tecnológica. Nos cargos de direção ou de complexidade técnica, manteve-se a possibilidade de a empresa alegar inadaptação e despedir o trabalhador por incumprimento de objetivos.

ANTIGUIDADE
Nos despedimentos por extinção de posto de trabalho, a empresa deixa de ser obrigada a proteger os trabalhadores mais antigos, podendo definir outros critérios desde que não discriminatórios. È ainda eliminada a obrigado a tentar colocar o trabalhador em posto compatível porque uma vez extinto o posto de trabalho “considera-se que a subsistência da relação de trabalho é praticamente impossível” quando o empregador demonstre ter observado os critérios para tomar aquela decisão.

7 comentários:

  1. Obrigada pela partilha Lizzie.
    Irei ler com mais calma, logo mais.
    Beijocas

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  2. Resumindo muito simplesmente.... somos sempre os prejudicados.

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  3. Obrigada Lizzie. Isto para mim é muito importante. Excelente post!

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  4. Basicamente, só nos cortam nos direitos.

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  5. Resumindo e concluindo: vamos ficar pior do que já estamos!

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  6. um must estas alterações! diarreia cerebral é o que é!

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  7. Apesar disto não se aplicar à empresa onde trabalho (uma vez que nunca pagaram horas extras, dos 22 dias de férias a que temos direito só gozamos 10 ou 15 e não nos pagam férias não gozadas, quando despedem alguém não pagam um centavo e ainda ficam a dever o ordenado do mês, e muitas outras coisas jeitosas que eu podia enumerar), eu penso nos outros a quem isto vai fazer diferença e fico revoltada. É só cortar nos direitos de quem trabalha.

    Deviam era ir atrás dos patrões que devem às Finanças e à Segurança Social, e que fecham empresas à descarada e abrem outras com outro nome para não pagarem as dívidas. E andam a passear de Mercedes e de BMW em nome da empresa quando nem os ordenados pagam a quem está a trabalhar o dia todo. Aí sim, eles deviam ir buscar o dinheiro, não a quem anda a ser roubado.

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Dizei de vossa justiça minha gente :)